Modelos internacionais bem-sucedidos aperfeiçoam a gestão pública mineira

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Na atual gestão, Minas Gerais se destaca por uma forte tendência de “internacionalização” ao promover intercâmbios de boas práticas com governos de todo o mundo, exportando e também absorvendo experiências pioneiras que têm muito a ensinar em áreas como gestão, economia e políticas sociais.  Em 2012, iniciativas de sucesso no exterior aportaram no Estado com novas visões e aprendizados que vêm contribuindo de forma relevante no aperfeiçoamento das políticas públicas mineiras.

Em agosto, o Estado largou na frente, por exemplo, ao anunciar que seria o primeiro estado subnacional no mundo a incorporar o Product Space, boa prática internacional de planejamento capaz de mapear as potencialidades e vocações de países e regiões, à sua gestão pública. Até então, a ferramenta só tinha sido adotada por países como Rússia, China, Estados Unidos e Argentina.

Desenvolvido pelos professores Cesar Hidalgo, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e Ricardo Haussman, da Universidade de Harvard, ambas dos EUA, o Product Space avalia a similaridade e proximidade entre produtos, sinalizando bens semelhantes que podem ser produzidos a partir de pequenas adaptações, diversificando, assim, a pauta produtiva local.

“A grande questão é que o Estado precisa fazer o que faz bem e também diversificar para fazer melhor. Minas tem sua economia concentrada em poucos produtos, importantes para a economia nacional, mas é preciso aumentar a base produtiva. Fazer com que outros setores também sejam destaque”, analisa o presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE), André Barrence.

Inicialmente, o projeto esteve concentrado na coleta e tratamento das bases de dados públicas, de 1999 a 2012, disponíveis e poucas utilizadas. “Uma das inovações no Product Space de Minas Gerais é a utilização conjunta de dados de emprego e de produção de bens. Dessa forma, será possível pensar em uma articulação das políticas de desenvolvimento, inovação, ciência e tecnologia”, enaltece AndréBarrence.

Agora, o Escritório de Prioridades Estratégicas mantém contato com os desenvolvedores para acompanhar o andamento do projeto e propor novas aplicações. Em dezembro deste ano, André esteve nos Estados Unidos e falou sobre suas primeiras conclusões. “Já temos algumas áreas, setores e produtos mapeados que têm maior oportunidade de ganho. Já conseguimos identificar alguns possíveis caminhos”, exalta.

Para 2013, estão previstos mais dois workshops com a presença da equipe de Harvard. O primeiro deles em fevereiro, com a apresentação dos resultados parciais, e o segundo em junho, com a entrega final do Product Space de Minas Gerais.

Intercâmbio internacional

Outra experiência que pode agregar know-how à área de ciência e tecnologia em Minas é o acesso ao Media Lab, o Laboratório Massachusetts Institute of Technology (MIT). O Estado é o primeiro ente governamental latino-americano a integrar o centro de pesquisas, garantindo amplo acesso à sua base de dados. O termo de cooperação foi assinado pelo governador Antonio Anastasia durante sua visita oficial aos EUA.

O protocolo visa dotar o Estado de projetos tecnológicos em diversas áreas do conhecimento. O Governo de Minas terá acesso às pesquisas do Media Lab, que também poderá desenvolver soluções tecnológicas para ajudar a resolver desafios pautados pelo Estado e entidades parceiras.

Um novo olhar sobre a pobreza

Minas Gerais também foi o primeiro estado do país a abraçar o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) a partir do contato com pesquisadores da universidade inglesa de Oxford. A metodologia pode contribuir de forma significativa com o planejamento de políticas públicas na área social, pois permite avaliar, de forma regionalizada, as condições de pobreza em suas várias dimensões – saúde, educação e nível de vida, indo além da renda.

O índice é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e por mais de 100 países, com avanços comprovados. A metodologia já havia sido adotada de forma independente pelo Governo de Minas no projeto Porta a Porta, do programa Travessia, desde 2011, e, agora, será expandido para outras ações do Estado com a orientação dos pesquisadores britânicos.

A novidade foi anunciada em novembro deste ano, no Seminário Internacional Pobreza Multidimensional: Para Além Da Renda, realizado na Fundação João Pinheiro. No mês subsequente, seguindo o exemplo de Minas, pela primeira vez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levou em consideração as carências sociais (acesso à educação, seguridade social, domicílio decente, etc.) para verificar o índice de pobreza de uma região.

“Em Minas Gerais, as ações de enfrentamento à pobreza para além da renda e seu enfoque multidimensional já existentes ganharam destaque internacional por meio da parceria com a Universidade de Oxford, no momento em que, nos demais estados e no âmbito federal, esse enfoque começa a ser considerado”, enaltece o assessor-chefe de Articulação, Parceria e Participação Social da Secretaria-Geral da Governadoria, Ronaldo Pedron.

Jovens mineiros aprendem em intercâmbios

Já com o projeto Jovens Mineiros Cidadãos do Mundo, o Governo de Minas incentiva a troca de conhecimento com instituições de ensino e pesquisa do exterior por meio da experiência de estudantes universitários. A principal meta do programa é promover o intercâmbio de jovens mineiros recém-formados ou ainda na faculdade, além de receber estudantes estrangeiros para se qualificar em universidades locais.

O programa oferece aos estudantes a oportunidade de fazer visitas técnicas a universidades, centros de excelência, empresas e entidades estrangeiras que possam enriquecer sua formação. Outro módulo do programa, menos abrangente, também estimula o intercâmbio de servidores do Estado.

Das dez edições do Jovens Mineiros Cidadãos do Mundo, oito foram voltadas ao público universitário. Desde 2008, 32 estudantes italianos vieram estudar em Minas e 218 jovens, sendo 186 mineiros, já foram contemplados com visitas a Índia, França, Itália e Cingapura.

Sérgio Dias Lage, estudante de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais, retornou, em novembro deste ano, de um intercâmbio na Índia. “Lá, fizemos treinamento na área de Engenharia de Computação para desenvolvimento de softwares. Aprendi várias linguagens de programação”, conta o estudante.  A Índia é uma considerada uma das principais referências mundiais em informática e computação.

Agencia Minas

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