P-SOL protocola no Senado representação contra Sarney e Renan

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Senador do Psol José Nery
Senador do Psol José Nery

Brasília – O P-SOL protocolou hoje (30) representação contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e contra o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), na Mesa Diretora por quebra de decoro parlamentar.

O partido quer investigar os atos secretos na Casa desde 1995, período em que Renan e Sarney presidiram o Senado. “O P-SOL está cumprindo a sua obrigação. Só precisa de ato secreto quem privilegia o banditismo do submundo”, disse a presidente do partido, Heloísa Helena.

O pedido, no entanto, precisa ser encaminhado ao Conselho de Ética, mas esbarra na falta de membros do colegiado. Desde fevereiro, alguns partidos ainda não fizeram a indicação dos senadores. Com isso, a representação aguarda que o Conselho esteja completo antes de começar a tramitar.

Apesar de pedir a investigação nos últimos 14 anos, a representação não incluiu os nomes de Tião Viana (PT-AC) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), dois senadores que também presidiram o Senado no período. Heloísa Helena disse que apenas na gestão de Sarney e Renan os atos secretos tiveram “suspeição relevante”.

O líder do partido no Senado, José Nery (PA), justificou dizendo que os atos durante a gestão de Garibaldi e Tião Viana “são sem sentido e relevância”.

A representação pede, ainda, a investigação nos contratos de empresas que prestam serviços terceirizados e nas empresas de empréstimo consignado para servidores.

Denúncias mostram que o ex-diretor-geral da Casa Agaciel da Silva Maia teria influência em empresas de terceirização e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi teria intermediado empréstimos consignados para funcionários da Casa. Os dois já foram afastados dos cargos.

O neto de Sarney, José Adriano Cordeiro Sarney, também tem uma empresa que intermediou empréstimos para servidores. Segundo reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, a empresa ofereceria, também, seguro de vida aos funcionários, numa espécie de venda casada.

José Sarney chegou cedo ao Senado para participar de uma sessão solene, mas não deu declarações sobre o assunto.

Agência Brasil

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