Palavra do Governador – Versão para impresso – 26/05/11

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Vamos conversar hoje sobre um desafio histórico de Minas Gerais, que é a questão das desigualdades regionais. Governador, o que é que o Governo de Minas está fazendo para enfrentar esse desafio?

Antonio Anastasia – De fato, Minas Gerais é um Estado ainda muito desigual. O que significa que nós temos regiões muito desenvolvidas e outras não tão desenvolvidas assim. O chamado Grande Norte – que abrange o Norte de Minas, os vales do Jequitinhonha e do Mucuri, em especial, são regiões que têm baixo índice de desenvolvimento, na média. Por isso, vêm merecendo, desde o governo Aécio Neves, uma atenção especial do Governo de Minas Gerais. Criamos um projeto chamado Agenda Social do Norte de Minas, no qual determinamos que cada órgão e cada secretaria de Estado tenha pelo menos cinco grandes ações por ano na região. Há uma grande coordenação, portanto, para termos, em relação ao grande Norte, um esforço conjunto para diminuir a desigualdade. Aliás, nós já conseguimos, em todo o Estado, alcançar as metas do milênio das Nações Unidas. Mas sabemos que, nessa região, ainda temos indicadores que não são satisfatórios. Vamos continuar trabalhando firme para melhorar a qualidade de vida das pessoas que ali vivem. Neste ano, o Governo de Minas Gerais começou a implantar o “Porta a Porta”, que é para conhecer as carências de cada família, de cada cidade das regiões mais pobres, mais necessitadas do Estado. Como é que funciona esse programa? Antonio Anastasia – O programa Porta a Porta é muito inovador, foi concebido aqui em Minas Gerais e consiste em nós fazermos, com equipes de trabalhadores locais, de cada município que está nesse projeto, uma leitura da situação. Uma equipe que vai de casa em casa, portanto, de porta em porta, verificando as condições exatas daquelas famílias. Nós estamos buscando os chamados “invisíveis”: são aqueles que não estão ainda abrangidos nem pelos programas do governo federal, nem do governo estadual, e nem mesmo, muitas vezes, do próprio município. São pessoas que ficaram à margem das políticas públicas – lamentavelmente, ainda temos um grande número de famílias, de pessoas, dentro dessas características. É um programa inovador porque ele é feito, como eu disse, com pessoas da própria comunidade, que vão verificando de casa em casa, e porta a porta, as condições para que essas pessoas se incluam nos programas sociais. No momento em que nós tivermos o conhecimento, a informação exata, nós poderemos focar projetos específicos para reverter essa situação adversa em que aquelas famílias estão. É um projeto piloto, um projeto que começamos em alguns municípios dessa grande região do Norte de Minas, mas que pretendemos também estender aos poucos para todo o nosso Estado. E é um projeto que, inclusive, cativou outros interesses, outras pessoas…o próprio governo federal pretende usá-lo como referência, não é isso? Antonio Anastasia – É verdade, o Porta a Porta está servindo como uma espécie de referência, de base, e é fundamental que haja, de fato, essa integração entre o governo federal, o governo estadual e também os municípios, além da sociedade civil, para nós erradicarmos de vez a miséria no Brasil. E por falar em governo federal, na semana passada foi vetado o substitutivo de uma medida provisória que ampliaria os incentivos fiscais para a área mineira da Sudene. Qual o impacto dessa medida, governador? Antonio Anastasia – Nós lamentamos muito esse veto. Nós estávamos muito esperançosos de que essa medida provisória, com as suas alterações, fosse sancionada pelo governo federal, mas, tristemente, não foi. Na realidade, o que temos aí é que o ex-presidente Lula, ao final de seu mandato, no ano passado, baixou uma medida provisória que privilegiou o Nordeste do Brasil, mas não incluiu nos benefícios a região mineira da Sudene. Nós, com isso, tivemos a ida da nova fábrica da Fiat para o Estado de Pernambuco. No Congresso Nacional, a bancada mineira – capitaneada, neste caso, pelo senador Aécio Neves – apresentou uma emenda a essa medida provisória estendendo para a área mineira da Sudene os benefícios fiscais. E nós acreditávamos que houvesse a sanção. Lamentavelmente, houve o veto. Mas nós queremos reafirmar que não ficamos satisfeitos, porque, de fato, o objetivo de Minas Gerais era lutar para ter lá uma fábrica automobilística. O Governo do Estado fará de sua parte todo o esforço, como temos feito, para levar empresas para a região. Mas é imprescindível, é fundamental, que o governo federal também se esforce, através de uma ação coordenada de todos os órgãos federais – porque, como tenho dito e repito, somente a geração de bons empregos poderá, de vez, reverter o quadro que ainda é adverso em termos de desenvolvimento e de inclusão nessa grande região de Minas e também, claro, grande região do Brasil.

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“Nós estamos buscando os chamados ‘invisíveis’: são aqueles que não estão ainda abrangidos nem pelos programas do governo federal, nem do governo estadual, e nem mesmo, muitas vezes, do próprio município.”

 

Agência minas

 

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