PF deve ouvir depoimentos de Erenice Guerra e Amaury Ribeiro Jr.

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A Polícia Federal deve ouvir o depoimento da ex-ministra Erenice Guerra na manhã desta segunda-feira (25), em Brasília. Erenice foi apontada em reportagem da revista “Veja” em setembro de participar em um suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil, onde ela ocupou os cargos de secretária-executiva e ministra-chefe. A Capital Consultoria, empresa comandada por filhos da ex-ministra, intermediaria negociações de empresas com o governo por meio da facilitação de contratos.

O advogado da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, Mário de Oliveira Filho, encaminhou na semana passada à PF um pedido para que o depoimento fosse adiado. Segundo ele, a intenção era que Erenice fosse a última pessoa a ser ouvida na investigação, pois é apontada como principal acusada.

“Fiz uma petição ponderando que não existe nenhum acusado formalmente e que esta é apenas a fase preliminar de investigações, mas que todas as reportagens apontam para Erenice como principal acusada. No processo, o último a ser ouvido é o réu, pois ele tem que saber as acusações que foram feitas a seu respeito”, declarou Oliveira.

De acordo com o advogado, Erenice se encontra muito abalada e está disposta a falar tanto à Polícia Federal quanto á imprensa. “Ela está muito triste, muito abalada. Ficou decepcionada com as denúncias. Ela está disposta a falar à imprensa mas, em primeiro lugar, ela tem que se manifestar no inquérito. Sempre instruo meus clientes nesse sentido, quem tem que investigar é a polícia, e não os outros. Depois nós falamos com a imprensa”, afirmou.

O jornalista Amaury Ribeiro Júnior também deve ser ouvido pela PF na manhã desta segunda-feira em Brasília. Segundo a Polícia Federal, ele já foi ouvido na segunda-feira (13) em São Paulo. A PF informou que ele depôs no inquérito que apura a quebra de sigilo fiscal de dirigentes do PSDB e de pessoas ligadas ao candidato José Serra. O conteúdo do depoimento não foi informado.

Em junho, Ribeiro Jr. foi citado como participante de um grupo ligado à pré-campanha de Dilma Rousseff, que teria sido responsável por tentar organizar um esquema para espionar adversários e rivais petistas.

Jornalista investigativo vencedor de três prêmios Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro, Ribeiro Jr. diz ter sido sondado para trabalhar na pré-campanha de Dilma pelo jornalista e consultor Luiz Lanzetta, dono da Lanza. Até junho, a Lanza respondia pela comunicação da pré-campanha de Dilma, tendo sido conduzida à função por Pimentel, amigo de Lanzetta.

O objetivo único do trabalho, diz Ribeiro Jr., era identificar a fonte de vazamentos de informações dentro de um dos QGs da pré-campanha, uma casa no Lago Sul de Brasília. Afirma que o conteúdo de conversas em reuniões fechadas estava chegando à imprensa, municiando reportagens prejudiciais a Lanzetta, a Pimentel e ao chamado grupo mineiro.

Ribeiro Jr. diz então ter contatado Idalberto Matias, o “Dadá”, ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica e “amigo de muitos anos”, para ajudar na tarefa. Dadá, afirma, o apresentou ao delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa.

Em entrevista publicada na revista “Veja”, o delegado Onézimo disse que a proposta para montar um dossiê contra Serra e espionar possíveis traidores dentro da campanha petista teria partido de Lanzetta, que nega a afirmação. Ao G1, Lanzetta disse que a proposta, recusada, foi feita por Onézimo.

Diferentemente de Lanzetta, Ribeiro Jr. diz que Onézimo não ofereceu serviços de espionagem, mas citou, durante reunião, suposto serviço de inteligência no PSDB que seria operado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).

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