Em auditório lotado por representantes dos movimentos social e sindical e por militantes do Partido dos Trabalhadores, a presidente Dilma Rousseff recebeu ontem (13) o resultado oficial do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Pela consulta realizada em todo o País, e que contou com a participação de cerca de oito milhões de pessoas, 97,05% dos eleitores votaram “sim” pela reforma do sistema político.
Animada, Dilma afirmou que é comovente ver essa mobilização, tanto no plebiscito, quanto no ato para a entrega do resultado. “Essa unidade só se viu em grandes movimentos que mudaram o Brasil. É inegável o sucesso dessa mobilização popular não oficial que conseguiu oito milhões de votos. Vocês conseguiram uma ação efetiva. Vocês defendem o que eu acredito: só a mobilização popular pode fazer a reforma política”, afirmou.
A presidente Dilma enfatizou que a Reforma Política é a mãe de todas as reformas e acrescentou que uma coisa é clara: “Não dá para achar que o Congresso Nacional se reforma sozinho. Não serão aqueles no exercício do mandato que mudarão as estruturas do País. A reforma acontecerá com a mobilização popular. Eu acho que tem que fazer uma unidade entre pontos fundamentais e levar isso para frente”, defendeu.
Dilma foi mais contundente e afirmou ainda que só haverá uma efetiva reforma política se o povo votar e dizer o que quer. “Não é possível um combate efeito à corrupção sem reforma política”, concluiu.
O presidente do PT nacional, Rui Falcão, participou do evento e afirmou que na reforma política é fundamental que o povo seja ouvido. “E Dilma está fazendo isso”, observou.
Para o deputado Renato Simões (PT-SP), um dos apoiadores do Plebiscito Popular,o resultado da consulta expressa a vontade dos brasileiros por uma ampla reforma do nosso sistema político. “Não tenho a menor dúvida de que essa reforma só acontecerá com mobilização popular. Desde a Constituinte de 1988 o Congresso é insensível a este tema por conta do financiamento privado de campanha, que consegue eleger uma maioria no parlamento contrária à reforma”, explicou.
O representante do MST, João Pedro Stédile, explicou que os movimentos sociais estão construindo uma unidade popular para um programa de mudanças. “E para fazer essa reforma política só tem um caminho: Assembleia Constituinte”, defendeu.
Mobilização – O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, realizado durante a semana da Independência foi convocado e apoiado por mais de 450 organizações sociais de todo o País, o plebiscito contou com a participação de quase oito milhões de pessoas, que votaram nas mais de 40 mil urnas espalhada por todo o Brasil.
Entre os dias 14 e 15 de outubro (terça e quarta), as organizações sociais envolvidas no processo realizarão uma Plenária Nacional em Brasília com cerca de dois mil pessoas, quando entregarão o resultado final da consulta popular aos demais poderes da República.