Skaf quer desbancar os gigantes PSDB –PT em São Paulo

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Paulo Skaf

Presidente da Fiesp lança nesta sexta-feira pré-candidatura ao governo do Estado e aposta na novidade.
Sua primeira experiência política em eleições, e apostando justamente no fato de ser a “novidade” na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, Paulo Skaf (PSB) lança nesta sexta-feira, às 16h, na Assembleia Legislativa de São Paulo, sua pré-candidatura ao governo do Estado.

Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) desde 2004, Skaf garante ser “irreversível” a entrada na disputa, apesar da pressão, que ele diz ser legítima, do PT para desistir e aceitar ser vice de Aloizio Mercadante (PT).

Além de negar o convite, o dirigente de 54 anos, que está à frente da maior entidade de classe da indústria brasileira com cerca de 150 mil filiados, pretende nada menos do que desbancar a supremacia de PSDB e PT, partidos que repetem em São Paulo o tom plebiscitário da eleição nacional.

Para isso Skaf quer ser “o novo” da corrida estadual. “Trazemos uma proposta nova. Acho que a população gosta de uma novidade, não no sentido da inexperiência, mas no sentido da modernidade, uma visão moderna da política, do futuro. São Paulo tem muitos talentos, mas não precisa ficar sempre nos mesmos partidos e nos mesmos nomes. Acho que São Paulo merece, e há essa vontade do povo paulista, de ter mais opções”, disse, em entrevista ao BOM DIA

Até agora, no entanto, o discurso está longe da prática. Na pesquisa Vox Populi divulgada nesta quarta-feira ele aparece com 2% das intenções de voto. Sua rejeição fica em 19%. O candidato do governo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem 51% da preferência do eleitor. Mercadante tem 19%.

“O PSB é um novo partido, uma nova opção, numa candidatura no Estado de São Paulo que há muitas décadas fica polarizada entre PSDB e PT. Com muito respeito aos partidos, aos candidatos, mas acho que São Paulo merece uma opção nova. Que possa tratar as questões do estado com experiência, carinho transparência e honestidade”, fala.

O problema é que até agora o PSB não conseguiu o apoio de nenhum partido para confrontar com os gigantes PSDB-DEM-PPS de um lado e PT-PDT-PC do B e mais oito legendas do outro.

A esperança de Skaf é conseguir convencer o PTB abandonar o barco dos tucanos em troca da segunda vaga do Senado para Romeu Tuma, alijado do processo por Alckmin e obrigado a tentar a reeleição de forma independente. Outro sonho é o PP, que tem o deputado federal Celso Russomano como pré-candidato ao governo.

“A questão de coligações termina em junho, com as convenções. Até lá muita água vai rolar debaixo dessa ponte. Então é um pouco cedo. Existem muitas buscas de entendimento e isso está acontecendo com outros partidos”, salientou.

Caso fique sozinho, Skaf teria pouco mais de dois minutos no horário eleitoral gratuito para se apresentar ao eleitor e convencê-los que tem a melhor proposta de governo. Mas isso, pelo menos nas palavras, não preocupa o neo-socialista, que só se filiou ao PSB só em dezembro de 2009.

“Não podemos desprezar dois minutos de televisão durante 45 dias, as chamadas em horário nobre, de manhã e tarde em todos os canais e em todas as rádios. Se a proposta for boa é mais do que suficiente para convencer e mostrar ao povo que somos uma opção para São Paulo”, diz.

Provocado a falar sobre os problemas do Estado, responde dizendo que não gosta de “gastar um milímetro de energia olhando para trás”, mas critica em especial a educação e a segurança pública.

“O que vou propor é gastar energia, tempo força e criatividade olhando para frente. Sabemos que devemos construir um plano de governo com a sociedade. Não vamos trazer algo pronto. Problemas novos e velhos se resolvem com idéias novas. Nosso negócio é olhar para frente.”

Entre seus projetos está a “descentralização do governo”, criando subsedes no Interior. “Hoje um prefeito fica às vezes um ano para falar com o governador. Temos 645 municípios. Temos de pegar as nossas regiões administrativas, os conselhos metropolitanos e descentralizar de forma a ter quase subgovernadores em todo Estado. Precisamos dar autonomia”, defende, lembrando do modelo de subprefeituras na cidade de São Paulo.

Ao dizer que “escola não é depósito de crianças”, Skaf promete copiar o que foi feito no Sesi e no Senai, entidades que ele também preside. Segundo o pré-candidato, foram construídas cem escolas no Estado e abertas 100 mil vagas em tempo integral para alunos.

Assim como Mercadante, Skaf também ataca os pedágios e diz que é preciso rediscutir os valores cobrados pelas concessionárias. “Depende do trecho você paga R$ 100 de pedágio. Isso precisa ser resolvido. E resolvido de forma legal.”

Com contrato já fechado com o marqueteiro Duda Mendonça para fazer a campanha na TV, Skaf apareceu no início desse ano ao lado da grande estrela do PSB, o deputado federal Ciro Gomes. Antes o próprio Duda, contratado pela Fiesp, também fez a propaganda institucional para a entidade em horário nobre na televisão, é claro com o pré-candidato à frente.

A mensagem passada na época era a mesma agora: “É preciso renovação na política.”

“A democracia tem de ser oxigenada sempre. Existem muitos políticos bons e existem aqueles que têm problemas. Por isso tem eleição. É a hora do povo eleger os bons, os melhores e haver renovação. Quando você tem sempre as mesmas pessoas em qualquer lugar isso vai contra a inovação, a modernidade. Todos aqueles que põem seu nomes à disposição da democracia merecem respeito e ajudam a fortalecer a democracia.”

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