Anatomicamente, nosso cérebro é dividido em dois hemisférios (esquerdo
e direito) e cada um deles é responsável por controlar os movimentos do lado
oposto do corpo. Essa característica de dominância cerebral é chamada de
lateralidade do cérebro. Dependendo do seu handedness (habilidade de
executar tarefas com o lado esquerdo ou direito do corpo) o individuo é
considerado destro se utiliza mais o lado direito, do contrário, é considerado
canhoto, e raras são as pessoas ambidestras, ou seja, as que utilizam de forma
igual tanto um lado quanto o outro.
A comprovação da existência de assimetrias anatômicas no cérebro tem
contribuído para realizar experiências nas mais diversas áreas do conhecimento,
indicando que os indivíduos canhotos, ou left handedness, apresentam maior
suscetibilidade a acidentes e fraturas (COREN, 1996), maior incidência em
homossexualidade (LALUMIÈRE, et al, 2000), talento musical (HASSLER;
GUPTA, 1993); não existe diferença nos salários, exceto para as mulheres
(DENNY; O´SULLIVAN, 2004).
As pesquisas relacionadas à anatomia encefálica tiveram origem nas
observações feitas em pacientes com danos cerebrais onde foi possível
encontrar uma relação direta entre o dano de certas regiões com a perda da fala.
Com a intenção de determinar as funções específicas de cada hemisfério
cerebral, Roger Sperry (Nobel de Medicina e Fisiologia em 1981) realizou teste
por intermédio do qual foi possível compreender que no cérebro existem duas
mentes (direita e esquerda) e que elas agem de acordo com as suas
especificações. O lobo esquerdo é mais verbal, analítico, simbólico, abstrato,
temporal, digital, lógico, linear, enquanto que o direito é não verbal, sintético,
concreto, analógico, não temporal, espacial, intuitivo, holístico (BRANDÃO,
2001).
O lado esquerdo possui capacidade de fazer imitações e procura
situações seguras; em contrapartida, o lado direito é criativo e autêntico e gosta
de se arriscar. O esquerdo faz separações das tarefas e o direito vê as coisas
como um todo (CARNEIRO, 2003).
Adalberto Romualdo Pereira Henrique
Acadëmico de Terapia Ocupacional