Mesmo com lei em vigor, farmácias de MG vendem antibióticos sem receita

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Com uma câmera escondida, uma produtora de reportagem comprou sem receita médica duas caixas do antibiótico Amoxilina. Foi só pagar para levar os remédios de uma farmácia em Belo Horizonte. A equipe de reportagem foi à mesma farmácia e a vendedora disse que ainda não sabia da proibição. “Pegou a gente de surpresa”, comentou a vendedora.

A norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a venda de antibióticos sem receita médica, entrou em vigor no último dia 28. A farmacêutica Tamara Silveira explica que muitas pessoas usavam o medicamento sem controle.

“Pessoas confundem antibiótico com analgésico, que é justamente achar que vai tomar e quando parar a dor de garganta ou dor de ouvido, parou de tomar o remédio. Não é por aí. Você tem de seguir uma prescrição, tem uma dosagem adequada e um mínimo de dias para usar”, afirma a farmacêutica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, os antibióticos são desenvolvidos para combater bactérias que provocam doenças, mas o consumo inadequado pode provocar o efeito contrário.

“Podem ser efeitos colaterais graves, gerando insuficiência renal, hepática ou cardíaca. Ou seja, são drogas que não só podem curar, mas como também podem levar as pessoas ao óbito na medida em que são usadas desnecessariamente”, alerta Carlos Starling, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.

Os antibióticos só poderão ser entregues ao consumidor mediante receita médica de controle especial, em duas vias. A primeira ficará retida na farmácia, e a outra deve ser devolvida ao paciente, carimbada com a comprovação do atendimento. A receita terá validade de apenas 10 dias.

G1

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