Pesquisadores paulistas isolam e identificam vírus da gripe suína

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O Instituto Adolfo Lutz anunciou hoje (16) que isolou e sequenciou o vírus H1N1, também conhecido como gripe suína. Segundo a coordenadora de Controle de Doença da Secretaria do Estado de São Paulo, Clelia Aranda, a descoberta é importante para monitorar o comportamento do vírus e contribuir para a criação de uma vacina.
“Esse vírus tem uma alta capacidade de mutação e é um pouco diferente do que foi identificado na Califórnia, nos Estados Unidos. Mas, mesmo com todas as mudanças, a matriz é a mesma e uma vacina seria eficaz para qualquer tipo de vírus, seja no Brasil ou em outro país”, disse Clelia.
Ela explicou que o vírus A, além de mutante, também é imprevisível. “Não sabemos como será o vírus amanhã”, completou. Graças à identificação feita pelo Instituto Adolfo Lutz, a comparação entre os diferentes tipos de vírus A deve ajudar no desenvolvimento de uma vacina. “Ainda são necessários mais estudos para selecionar e escolher as melhores matrizes para fazer a vacina”, ressaltou. Se a mudança ocorresse na matriz do vírus – o que não foi o caso -, a vacina para gripe anunciada por um laboratório suíço e outras que estão em processo de estudos seriam menos eficazes.
A mutação do vírus da gripe suína encontra-se na proteína da hemaglutina. Os resultados anunciados hoje pelo instituto são importantes porque permitem comparar um vírus com o outro. Segundo a diretora de laboratórios regionais do Adolfo Lutz, Regina Gomes de Almeida, todos os países estão trabalhando em conjunto. “Há uma cooperação internacional para chegar a um acordo comum sobre essa pandemia”, garantiu.
Cerca de 20 pesquisadores do Lutz identificaram o vírus e conseguiram fazer uma imagem dele graças a uma máquina que ampliou 200 mil vezes seu tamanho. O vírus foi isolado e depois inserido em células durante cerca de 20 dias para esperar a adaptação e o crescimento. O vírus foi retirado do primeiro paciente que teve seu caso de gripe suína confirmado, em abril.
Clelia Aranda explicou ainda que os três centros de nacionais – o Adolfo Lutz, a Fundação Fiocruz e o Instituto Evando Chagas – estão empenhados em pesquisar as modalidades do vírus influenza. “Usamos toda a estrutura do Lutz, tivemos que esperar apenas pela chegada de reagentes importados para começar o trabalho”, enfatizou. “O Brasil pode e irá contribuir muito com a vacina”, complementou.

Brasil registra 79 casos de gripe suína

O Brasil tem 79 casos de influenza A (H1N1) – gripe suína – confirmados. São cinco novos casos em relação a ontem, de acordo com boletim divulgado hoje (16) pelo Ministério da Saúde. Dos novos casos, dois são em Minas Gerais, dois em Santa Catarina e um no Rio de Janeiro.
Um dos casos de Minas Gerais é de transmissão autóctone (ocorrida dentro do território nacional), de uma pessoa que teve contato com um caso que já havia sido confirmado, procedente do exterior. Os quatro casos restantes são de pessoas que estiveram fora do país. Os pacientes estão em tratamento e passam bem, de acordo com o ministério.
Há registros da gripe nos estados de São Paulo (27), Santa Catarina (19), Minas Gerais (11), Rio de Janeiro (11), Tocantins (quatro), Distrito Federal (três), Mato Grosso (dois), Bahia (um) e Rio Grande do Sul (um).
Além desses, há 96 casos suspeitos e 490 foram descartados. Segundo o ministério, 82 países têm casos confirmados da doença.

Fonte: Agência Brasil

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